Demandas
Adesão à greve nacional em debate
Reajuste salarial é a principal pauta dos variados setores do funcionalismo público
Jô Folha -
A greve nacional unificada dos servidores públicos a partir desta terça-feira é discutida pelas entidades da educação em Pelotas. A Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pelotas (Adufpel) possui indicativo de apoio a uma greve geral. Já a Associação dos Servidores da Universidade Federal de Pelotas (Asufpel) se reúne nesta segunda-feira (21) para decidir, mas também tende a apoiar a mobilização. A principal demanda é por reajuste de 19,99% do salário, o que significa a reposição da inflação dos últimos cinco anos.
Segundo a presidente da Adufpel, Regiana Wille, a montagem de um comitê de mobilização e construção de pautas foi o primeiro passo. Em nota publicada, o sindicato disse que a comissão terá quatro tarefas iniciais, como detalhar os itens da pauta local, ampliar a divulgação dos materiais produzidos, dialogar e estreitar a interlocução com outras organizações.
O que pode afetar a greve geral é o fato de ser um ano eleitoral e, portanto, precisar de um fechamento do orçamento federal antecipado. “Nós entramos com o pedido de abertura de negociações em 18 de janeiro e até o momento não houve nenhum retorno do governo federal”, cita. O prazo apertado também é mencionado pela coordenadora geral da Asufpel, Maria Tereza Fujii. Por isso, ela diz que é quase impossível que uma mobilização nacional fique apenas na esfera da educação. “Greve solitária não vai sair”, analisa. Para ela, apenas um apoio maciço, de todo o funcionalismo federal, irá gerar a pressão necessária para alcançar os objetivos.
Por isso tudo, ela projeta que a greve, caso ocorra, será necessariamente curta. “Mas nós entendemos que é necessário fazer uma greve”, aponta. Nesta segunda a Asufpel se reúne para a Assembleia Geral dos Técnicos Administrativos em Educação. A atividade, virtual, terá duas chamadas: às 14h e às 14h30min. Na pauta, a discussão quanto ao indicativo de greve.
Demandas
Os cinco anos sem reposição salarial são a principal requisição. A pedida é por 19,99% de reajuste, a inflação do período. A revogação do Teto dos Gastos, o que segundo as entidades estaria causando o sucateamento do serviço público, também é uma das demandas. Regiana cita a situação do Centro de Artes da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), em que, dos quatro andares, só seria possível usar banheiros em dois, já que faltam servidores para efetuar a limpeza. Ela afirma que apenas um banheirista trabalha nos três prédios do complexo (dois prédios do Centro de Artes e um da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo), sobrecarregando este funcionário, que presta serviço de forma terceirizada.
Retorno às aulas e preocupação
O retorno gradual às atividades presenciais preocupa devido ao aumento da demanda. “Se agora já está assim, imagina quando voltar todo mundo?”, questiona Regiana. Por isso, o membro da coordenação do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Fabrício Sanches, diz que há tendência de apoio à greve, mas que a preocupação dos alunos que estão retornando às aulas também será ouvida. “A gente reconhece que é uma luta legítima, a gente respeita (...) justifica a luta”, pontua. No entanto, o DCE ainda não se reuniu com as entidades para debater os pontos de uma possível paralisação.
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